Eu adoro descobrir o calendário artístico e cultural mundo afora e, quem sabe, me programar para visitar as mostras mais bacanas. Agora em Nova York, por exemplo, está acontecendo uma exposição sobre cores que é a minha cara: “Saturated: The Allure and Science of Color” (em livre tradução “Saturado: o fascínio e a ciência da cor”), em cartaz até 13 de janeiro de 2019.
A exposição acontece no Cooper Hewitt, Smithsonian Design Museum e fala sobre a percepção das cores e como elas têm cativado artistas, designers, cientistas e filósofos. Para expressar essa relação, mais de 190 objetos – de um iMac da Apple a um telefone de discagem redonda – contam uma história de amor entre homem e cor que começou na Antiguidade.
Leque do final do século XIX com penas de pavãoCom curadoria de Jennifer Cohlman Bracchi, bibliotecária das Bibliotecas Smithsonian, e Susan Brown, curadora de têxteis do Cooper Hewitt, Smithsonian Design Museum, essa exposição sobre cores já virou meu destino obrigatório na próxima ida a NY.
“A cor tem sido estudada há séculos e ainda temos muito a aprender sobre suas propriedades. De raras primeiras edições de textos que buscam sistematizar a teoria das cores a trabalhos icônicos de designers que dominam as cores, materializando-as em efeitos impressionantes, examinamos nessa mostra como o design permite avançarmos nosso entendimento do que podemos atingir quando experimentamos e inovamos com as cores”, diz Caroline Baumann, diretora do museu.
Sistema de cores criado em 1920 na FrançaA exposição sobre cores “Saturated” está organizada em sete seções: Capturando a Cor, Efeitos óticos da Cor, Criando Cores, Navegando nas Cores, Cor e Forma, Colaboração de Cores e Escolha do Consumidor.
Na primeira fala-se justamente do esforço histórico de esquematizar e medir as cores – de documentos de Isaac Newton a pensamentos de Goethe – é um verdadeiro estudo da teoria das cores. Na segunda, efeitos óticos em peças de design quase hipnotizam a gente, como um vaso de Louis Comfort Tiffany de 1901 e uma luminária de Ingo Maurer. A terceira seção apresenta raridades, caso de um huipil (traje típico do México) colorido com corante de um caracol marinho.
Poster Specimen (2008), de Fanette MellierSeguindo pela quarta seção, vemos como a cor é usada para organizar a comunicação, criando um guia visual, como o mapa dos metrôs de Nova York, criado por Massimo Vignelli em 1974. Na quinta área da exposição estão amostras têxteis que confundem o olhar graças a variações de uma mesma cor. A penúltima seção fala da importância de se ter um padrão universal de cores, para que elas possam ser comunicadas com mais eficácia, como a cartela Pantone e estudos de tendências de cores (aproveite e veja meu post sobre isso aqui) como as da agência Peclers Paris.
Telefone criado pelo estúdio Henry Dreyfuss AssociatesPara finalizar essa exposição sobre cores, o poder de sedução delas diante do consumidor. “Elas podem ser usadas para romper a percepção que temos de determinado tipo de produto ou atrair um tipo específico de comprador”, explica o material de divulgação da mostra. O telefone cor-de-rosa de discar, criado em 1959 pela Henry Dreyfuss Associates foi um caso histórico por encantar jovens mulheres e criar esse novo público consumidor para o aparelho. Outro exemplo? O iMac branco e azul, desenhado por Jonathan Ive, que se tornou campeão de vendas nos Estados Unidos em 2000 por fugir dos padrões para um computador pessoal.
Aposto que você nunca tinha pensado as cores dessa forma!
Fotos: Divulgação/Cooper Hewitt, Smithsonian Design Museum
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